TUTORIAL

quarta-feira, 23 de março de 2016

POR QUE VOLTEI | Post atrasado

Olá meus amores, sim voltei. E agora é pra ficar...Hahahahaha kinem a música.
Sério mesmo, agora eu ficarei. Eu faria um textão contando os por queres. Mas, acho que esse vídeo já resume bem, e ao longa da caminhada poderemos nos abrir e falarmos mais sobre.

O importante é que agora eu estou mais focada em levar isso tudo adiante. Desculpem o atraso na postagem.

Sejam todos Bem-Vindos e #VAITRAZENDO







terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Eu Fico Puta







Eu fico muito, muito, muito emputecida. Eu fico emputecida quando vejo que conseguimos sair de uma ditadura de beleza e entrar em outra. Você deixa de ser alisada e só pensa em ser cacheada sem perceber que nem todas as negras tem cabelo cacheado. Oi?
Pior, eu fico emputecida por que percebo que muitas meninas não entendem que o cabelo, o estilo, a identidade é apenas um condutor para iniciarmos a luta pelo empoderamento, identidade, valorização e igualdade. Fico emputecida por que vejo como muitas meninas fazem de seus cabelos cacheados o novo opressor, afasta e deixa de ser reflexo e espelho para essas mesmas meninas que a seguem em redes sociais na tentativa de serem vistas como são. Não pensam em momento algum em abranger esse empoderamento e olhar para os lados e perceber quem te segue e quem precisa dessa consciência. Mas é aí que tá. Será que temos mesmo essa consciência toda sobre identidade e empoderamento? Como se tornar o que você realmente é , se você acaba conduzindo e/ou sendo conduzida para essa nova padronagem e ditando o que é bonito ou não? Quando vejo canais do youtube de meninas negras falando em como finalizar e deixar cachos definidos e perfeitos com produtos x, y,z é de lascar. Poxa! E se eu quiser (e quero) ter meus cabelos pé, esvoaçantes, armado pronto pra mirar nos olhares racistas e opressor que ainda estão por aí espalhados? E se eu quiser cabelo raspado e se eu quiser turbante, e o que você acha de tranças enraizadas ao invés das boxbraids coloridissimas que compõem o afropunk? E se eu quiser ser comum sem precisar tanta atenção para uma beleza que eu possuo naturalmente?


Nada disso lhe parece legal, bonito ou aceitavél? Meu amô não tô pedindo aceitação, quero apenas que entenda que cabelo eu mando botar, roupas eu posso comprar. Mas cor não dá pra camuflar e igualdade a gente só vai conseguir se lutar. A questão é maior que cabelo black, que roupas divertidas, que a imagem que você passa para a sociedade e o novo nicho que estamos criando camufladamente na tentativa de mostrarmos que estamos aqui. Não é que estamos aqui, SOMOS daqui e é por isso que devemos lutar. Estamos o tempo todo trabalhadas em cima da lacração, mas tem muitas meninas de perifa que ainda não entendem esse conceito lacre que eu particularmente acho bapho, adooooro e não sei viver sem(desde milnovecentosenãoteinteressa). Mas quantas vezes paramos pra pensar que a nossa caminhada não é business? ok podemos assim como todas as blogueiras fazer um aquezinho, só não podemos esquecer que estamos aqui pra botar a cara no sol, o motivo de estarmos aqui é para brilharmos pelo que somos e valorizar e reforçar essa luta sem tréguas que travamos. Podemos deixar nosso salário em lojas babadeiras e voltarmos lindas e vestidas de poder. Mas e quanto a menina que tá na transição e percebe que seu cabelo tá crescendo e não tá enrolando? Ué não tá enrolando igual o da @AnastaciaBeaute @DandaraBeauty ou da @NinaCacheada, por que? Ele não enrola por que assim como os seres humanos, cabelo também é diferente de um para outro. Mas e aí cadê as minas dos cachos que não refletem isso, ou buscam formas de conduzir suas seguidoras sem cachos para esse fato obveo? Cadê Lupitas, cadê Nykhor, cadê Alek, cadê Viola, cadê a representatividade geral e real?
Tudo é cacho...

NOS COMERCIAIS É CACHO!
NOS EDITORIAS É CACHO!
NAS NOVELAS É CACHO!
NAS CAPAS DE REVISTAS EXPOSTAS NAS BANCAS É CACHO!
NO AMOR É CACHO!

Tudo isso é CARO pra nossa auto-estima, pro nosso confrontamento social. Falar só de cachos não ajuda tanto quanto deveria. Muitas blogueiras negras por medo de perder seguidores, medo de não bombar como blogueira acabam por não misturar beleza e politicas sociais. Mas no nosso caso é necessário. Eu não sei você, mas eu sou negra 24H. Não dá pra ligar uma camêra e fazer uma maquiagem e ignorar que existe no mercado de beleza uma escassez de produtos para as varias tonalidades da pele preta. Assim como os produtos capilares que insistem em repudiar em sua embalagem o apreço pelos cabelos volumosos e crespíssimos como o meu e de tantas outras meninas que consumem esses produtos, contribuindo para que as proprias reforcem essa negação de si mesmas. Ou as marcas de roupas que em suas redes sociais nunca nos presenteiam com a presença e a representatividade e o consumo da mulher negra estampada na capa. por que eu consumo kirida! Eu consumo meu amô. E quando eu pego pra consumir eu consumo com vontade.

Eu só fico aqui na janela observando, as pretas empoderadas de beleza fazendo selfie e posando de divas e nada de mandar um salve e avisar pras minas da perifa dos eventos de empoderamento e identidade negra que rolam na cidade e no mundo. Ninguém escreve ou fala sobre Nina, Bell Hooks, Anastacia, Zumbi, Luis da Gama, Luisa Mahin...Ninguém chega pra falar dos atos empoderadores de Bey ou Riri, de como M.I.A é desbocada e solta o verbo. De que Ophra é uma das mulheres negras mais bem sucedidas do mundo e de como ela contribuiu para que nós negras fossemos inseridas e vistas em diversas produções. Essas informações são mais lacradoras que qualquer batom de marca xyz. São mais importantes que qualquer #musthave no seu guarda-roupa meu amô. Essas imformações, sim são #musthave na sua vida.




Por muito tempo eu fiquei com esse blog aberto e inativo. E essa inatividade me fez pensar que eu também tive receio em juntar beleza e militância, por que eu realmente quero ajudar principalmente meninas negras que ainda não possuem essa consciência e identidade. O blog é aberto, entra quem quer. Mas meninas negras aqui é VI AI PI,  porque eu sei que para elas essas coisas não entram assim facilmente, e como trazer essas meninas sem assusta-las ou impor a elas algo que deve ser mostrado e escolhido seguir livremente? Esse tempo todo e nada me veio a cabeça, a única coisa que sei é que não posso e nem devo permanecer nessa inatividade, por que realmente não faço isso pelos louros de ser ou não uma "blogueira de moda" ou seja lá o que eu venha a me tornar. Eu sou o que sou, espalhafatosa, escandalosa, colorida, criativa e por vezes angustiada com tanto descaso. Mas sempre feliz por seguir adiante. E se faço isso, é por que tive que aprender comigo mesma a me respeitar, reconhecer a minha beleza e a valorizar as minhas raízes. Não tive esse espelho quando despertei, mas gostaria de ser ou de alguma forma ser coerente e evolutiva nessa luta toda.

Meninas/Mulheres empoderem-se, mas não esqueça da verdadeira luta. Não esqueçam do resgate. Lacrem-se, divem-se, tombem-se, mas não parem na frente do espelho, deixem que esse espelho reflita de forma abrangente, outras depois de vocês virão. Então se liga e não perde a deixa.

Deixo aqui algumas referências atualizadas para que possamos continuar o inspirê e o evolutê...






É isso meu povo, Um bjo e um queijo!

sábado, 1 de agosto de 2015

PHARREL WILLIAMS| VIDEOCLIPE, FREEDOM


Não é de hoje que sou fã e aprecio muito o trabalho de Pharrel Williams, mesmo antes de sua passagem pelo Brasil para a gravação do videoclipe Beautiful com Snoop quando ainda era Dogg Dogg. Confesso que acho ele lindo, tesão, bonito e gostosão. Acho ele tão fofo, simpatico e talentoso que daria o doce pra ele sem pensar muito. Mas, ele é casadíssimo e pai de um menino.

Pharrel é das antigas, e quem vê aquela carinha de menino não imagina que ele esconde 42 anos de puro talento e melanina bem acentuada. Dos quatro técnicos do The Voice ele é sem dúvida o mais fofo, conseguindo sentir a música e a técnica de cada candidato. E é engraçado como infelizmentee felizmente os técnicos dos programas americanos parecem entender bem mais de música|voz de verdade e qualidade do que os técnicos daqui. Sorry. Que sempre enchem a maior linguiça do candidato e a ténica que é boa nada.


Enfim, Pharrel vem de uma caminhada musical em sua grande parte de grupo de Hip-Hop, soul e R&B com o grupo N.E.R.D e produções pela Neptune. 

Como não se encantar com alguém que faz uma música pra diva Marilyn Monroe e coloca uma negra para representa-la no clipe?! Whata?(emoticon heart, emoticon heart, emoticon heart...)

E de uns tempos pra cá, ele vem trabalhando umas musicas muito instintivas e com um certo ton humanitário o que muito me alegra, uma vez que vemos vários "ídolos" sendo idolatrados e poucos sendo generosos e praticando o UBUNTU. Ninguém é obrigado eu sei, mas nessa vida ninguém faz nada até se obrigar, né verdade!? Obrigada!

Como se não fosse o bastante o cara se veste bem pacas, além de cantor, baterista, compositor and others ele é estilista. Yep! Estilista, e tem sua própria marca. No caso marcas, por que meu amô, não basta ousar, tem que abusar, ser star. Suas marcas/empresas "Billionaire Boys Club e Ice Cream, Billionaire Girls Club e a têxtil Bionic Yarn, segue na tendência. Ele já foi indicado como o homem mais bem vestido do mundo, pode? Pode, claro que pode!

Pharrel tem um estilo meio-que-único. Combinando um estilo moderno com uma passada no hip hop com sneakers e moletons, trazendo um Street Style. Além de pirar nas combinações misturando social, casual e moderno, com muitas, muitas estampas e sobreposições. A soma disso tudo dá num estilo autentico, cool e moderno. Bem, acho que esse assunto de estilo e tals é tema para uma outra sessão.

O cara já esteve envolvido nas produções musicais dos artistas mais babados dando um turn around com Bey, Britney Spears, Kelis, Jay Z, Maddona e recentemente ele ajudou na produção do disco de Miley Cirus. Que nem soltou a franga.

Nesse novo videoclipe ele mostra as várias formas de escravidão ainda existentes. Sejam elas internas ou por um conjunto de segregação impostas socialmente. Com um planeta tão imenso e vasto de belezas, ainda somos condicionados a certas formas de aprisionamento. Bom vejam por si. Fica aqui o videoclipe maravilhoso, Freedom, que estreiou no dia 22 de julho.

Just Breathe in...




É isso, Bjos e #VaiTrazendo

segunda-feira, 27 de julho de 2015

MARCHA DO ORGULHO CRESPO| EMPODERAMENTO


     (Grafitti @thainaindia /Foto: Thereza Morena)

Ontem foi um grande dia para mulheres, homens e crianças que cultivam os fios naturais de seus cabelos, assumindo sua beleza natural. Seja ele preto todo preto, preto meio branco, branco meio preto, branco preto e meio. O importante é saber quem você é, e lutar para que isso um dia se torne real.

Na primeira Marcha do Orgulho Crespo que saiu do vão do Masp em direção a Casa Amarela podemos observar uma diversidade de cores, estilos, texturas, formas, força e resistência. É a identidade do afrobrasileiro falando mais alto que qualquer olhar racista, recalcado e opressor.
     (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)

Temos falado muito sobre empoderamento, que vem do inglês empowerment. Vamos a uma rápida definição do termo. Se tens preguiça pelo saber pule quatro parágrafos adiante.

O texto abaixo refere-se as obras de Paulo Freire.

...


















               Retirado do arquivo de Leila de Castro Valoura("Leila Kaas")

Acredite, isso tudo é tão novo e confuso para mim quanto para você. A questão é que, depois que descobrimos que existe essa potência fervilhando dentro de nós é bem difícil fingir e fugir. E quando fugimos estamos também mentindo. E como se olhar no espelho e perceber que você mente para si mesmo, por que acha mais fácil fugir que lutar por algo que é seu por direito!?

A marcha de ontem foi um pouco disso. Descobrir que a nossa beleza é orgulho, e que desse orgulho extraímos uma força maior para descobrir o nosso verdadeiro valor dentro da sociedade. Valor que foi esquecido no tempo, mas que aos poucos marchamos em direção a essa tão sonhada liberdade. 

Ontem foi um desfile de auto-estima, identidade, estilo, empoderamento e vontade de ser e estar. "To be or, not to be". Meu amô a mulherada tava na potência dos 230, representando, tombando e sendo linda!

Stands de marcas brasileiras inspiradas na cultura africana que tendenciam o mercado sim, nós também criamos e consumimos. Rostos que hoje refletem com orgulho o espelho para o povo preto. Roupas style, cabelos ousados, muita ousadia e inteligência para debater sobre as questões. Cultura pop, referências das ruas, de africa. Muitos turbantes, bocas coloridas, tranças que davam uma volta e referenciava essa arte da cabeça aos pés. 
     (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)

Ver os pitoquinhos, cacheados, carecas, carapinhas, turbantados, black power me dá tanta força e me faz ficar de pé, por todas as vezes que eu vi um ato racista ou opressor. Porque se eu não marchar hoje, esses pitocos não terão chance alguma amanhã.

Por isso eu digo Oh, Lord! Abram caminho que eu estou passando.

É isso, bjos e #VaiTrazendo







sábado, 25 de julho de 2015

FESTIVAL LATINIDADES 2015| CINEMA NEGRO



Até Domingo(26/7) rola o 8º FESTIVAL LATINIDADES, o festival tem por base acentuar e debater a relação da mulher afrolatina na sociedade. 
Nessa oitava edição o festival traz o tema Cinema Negro, como uma forma de olhar para a produção audiovisual e a participação de produtoras, roteiristas, atrizes e mulheres que estão nesse mercado, que sabemos que para nós ainda existe uma grande barreira. O objetivo do tema é buscar as propostas de inserção e a participação das mulheres afrolatinas dentro das grandes e pequenas produções que já foram realizadas e/ou estão em fase inicial.



O Festival acontece em Brasília e trouxe a Diva Elza Soares para abrir os trabalhos, com show e a exibição do documentário ficcional experimental My Name Is Now, Elza Soares de Elizabete Martins Campos. Que aborda a força dessa mulher que literalmente vive de "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". 



Além das exibições de filmes com tematica e fôco no envolvimento negro nas produções, o festival trouxe também mesas de debates sobre:
 O que é Racismo?
 Cultura e Educação, Interação e Combate ao Racismo e a Valorização da Identidade
 A Representação das Mulheres Negras no Cinema 
 A Internet como terrítorio negro, afroimaginários, diálogos e resistência
Encontros, mostras e festivais: difusão da produção cinematrográfica/audiovisual, negra e africana

Assim como ações de sustentabilidade, oficinas de dança afro, turbante, capoeira, pintura facial tribal, lounge e desfile de moda afrokids, para empoderar e conscientizar os nossos pequenos. 

Quem é/ou estiver por Brasília corre que ainda dá tempo de participar de alguns eventos, como as performances da Cia. Os Crespos, grupo paulistano formado por atores negros que desenvolveram uma pesquisa baseada nas afetividades negras e de gênero. Além das exibições de filmes e shows no Cine Brasília. 

Saiba a programação AQUI 

    Atriz Darilia Lilbé da Cia. Os Crespos, em foto de Marcello Casal Jr./ Agencia Brasil

E assim como na abertura o encerramento ficará por conta de Elza Soares no palco e na telona, com mais uma apresentação de My Name Is Now, Elza Soares nesse domingo 26/7

Deixo aqui a minha felicidade diante desse grito.

É isso, Bjos e #VaiTrazendo

Fotos Google Imagens ( Caso alguma foto nessa postagem seja sua, avise para darmos os crèditos)